quinta-feira, 16 de maio de 2013

Viver no tempo...


A impressão que eu tenho é de não ter envelhecido embora eu esteja instalada na velhice.
O tempo é irrealizável.
Provisoriamente o tempo parou pra mim. Provisoriamente, mas eu não ignoro as ameaças que o futuro encerra.
Como também não ignoro que é o meu passado que define a minha abertura para o futuro.
O meu passado é a referencia que me projeta e que eu devo ultrapassar. Portanto, ao meu passado eu devo o meu saber e a minha ignorância, as minhas necessidades, as minhas relações, a minha cultura e o meu corpo.
Que espaço meu passado deixa para minha liberdade hoje? Não sou escrava dele. O que eu sempre quis foi comunicar da maneira mais direta o sabor da minha vida.
Unicamente o sabor da minha vida.
Acho que eu consegui faze-lo.
Vivi num mundo de homens, guardando em mim o melhor da minha feminilidade.
Não desejei nem desejo nada mais do que viver sem tempos mortos.

Simone de Beauvouir
A impressão que eu tenho é de não ter envelhecido embora eu esteja instalada na velhice. 
O tempo é irrealizável. 
Provisoriamente o tempo parou pra mim. Provisoriamente, mas eu não ignoro as ameaças que o futuro encerra. 
Como também não ignoro que  é o meu passado que define a minha abertura para o futuro. 
O meu passado é a referencia que me projeta e que eu devo ultrapassar. Portanto, ao meu passado eu devo o meu saber e a minha ignorância, as minhas necessidades, as minhas relações, a minha cultura e o meu corpo. 
Que espaço meu passado deixa para minha liberdade hoje? Não sou escrava dele. O que eu sempre quis foi comunicar da maneira mais direta o sabor da minha vida. 
Unicamente o sabor da minha vida. 
Acho que eu consegui faze-lo. 
Vivi num mundo de homens, guardando em mim o melhor da minha feminilidade. 
Não desejei nem desejo nada mais do que viver sem tempos mortos.

Simone de Bevouir

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