É através dela que podemos nos
ligar as pessoas. A tristeza do outro me convida a ficar junto. Aproxima.
Aproxima eu do outro. Aproxima eu de mim mesma.
É impossível descrever como nos
sentimos diante de uma situação tão dolorosa quanto a perda de um pai, de uma
mãe, de um companheiro (a perda de um filho merece um texto a parte). A dor é tamanha que ultrapassa a alma e se torna
física. Os olhos queimam em lágrimas e o coração parece comprimido dentro do
peito.
Essa dor que pode ser do outro,
torna se nossa. Olhamos aquela situação e imediatamente pensamos: E quando for
meu pai? Meu companheiro? Minha mãe?
Não
importa quem somos, vai ser inevitável ter de lidar com alguma situação sofrida, em algum momento, seja o envelhecimento, uma doença,
desilusão ou a morte de alguém que amamos.
Perder
o rumo é bem comum em momentos como esses, e, por mais que seja claro e certo
que a morte é inevitável, nos negamos pensar nisso, falar disso, preparar
a vida pra isso. Dá um medo olhar para
essa possibilidade real, é como se a morte fosse acontecer mais rápido quando
tratamos de ajeitar as coisas para quando ela acontecer.
Não, não é um castigo. A morte é um dos
caminhos que nos lembra do que realmente é importante na nossa vida.
Através
dela podemos mudar, crescer, aprender.
Podemos
aprender a viver melhor cada dia, aproveitar melhor as coisas simples e
maravilhosas da vida .
Alguns
conseguem aprender a amar sem medo de perder, porque a maior perda é a do amor
que não demonstramos.
Podemos
nos dar conta de que aqueles que amamos podem partir sem se despedir, mas em
vez de sofrer pensando no dia que eles se forem, devemos aproveitar enquanto
eles estão por perto.
Aprendemos
que para tudo na vida existe um jeito, mesmo que não seja o jeito que queremos.
E de
repente, tudo aquilo que parecia um problema, ao olhar para a morte, se
transforma num detalhe… tão simples de lidar.
“A cada dia que vivo mais me convenço de que o
desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na
prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.”
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
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